terça-feira, 28 de maio de 2013

Brasileiros praticam assaltos e arrastões em jogos on-line


“Aqui é Brasil, seu safado!”, gritou o jogador identificado pelo apelido L3L3K antes de assassinar um norte-americano no “DayZ”, game de tiro em primeira pessoa. “Tinha que ser brasileiro”, reclamou a vítima. No jogo, ambientado em um mundo pós-apocalíptico apinhado de zumbis, os participantes têm que cooperar para sobreviver. Mas L3L3K faz parte de um grupo de jogadores que prefere roubar equipamentos e enganar outros gamers com o objetivo de “tocar o terror”. Há anos, o comportamento “tóxico” (termo usado pela indústria) é apontado por jogadores de games de multijogadores como tipicamente brasileiro. “DayZ” é apenas o alvo mais recente, mas outros títulos, como “Call of Duty”, “World of Warcraft”, “DotA” e “Minecraft”, entre vários outros, também têm legiões de arruaceiros brasucas. No fórum do game “League of Legends”, é possível ler frases como “brasileiros são o submundo dos games on-line, a personificação do que é ser troll, o mais infame e odiado tipo de jogador” e “graças a Deus, abriram servidores brasileiros, assim eles entram menos por aqui [nos servidores internacionais]”.

O problema, é claro, não é exclusivo do Brasil. Mas nenhum outro país tem uma identidade negativa tão forte. Alguns brasileiros, na tentativa de fugir do estereótipo, mudam a nacionalidade de seus perfis no jogo, a fim de não serem rechaçados. “Podemos afirmar que esse não é um problema que tem origem no game. O jogador é, no mundo on-line, reflexo de como vive no mundo real”, diz Julio Vieitez, diretor geral da Level Up! (de games como “Grand Chase” e “Perfect World”) no Brasil.

“Jogadores brasileiros em games on-line são uma gangue, e não um grupo”, disse Isac Cobb, desenvolvedor independente, durante a feira de jogos PAX East 2013, em Boston, nos EUA. Cobb chegou a cogitar o bloqueio dos brasileiros no novo jogo, mas disse que ainda não há nada decidido.

Entre as reclamações, estão a realização de assaltos, mendicância, ataque a membros do próprio time e outras atrocidades virtuais. “Curtimos tocar o terror”, admite Caio Simon, 19, jogador de “DayZ”. “É só um jogo, estamos nos divertindo. Não é para levar tão à sério.” Esse tipo de jogador é, às vezes, chamados de “hue”, por causa da risada típica, normalmente disparada após alguma barbaridade cometida: “HUEHUEHUE.”


Nota: É lamentável que seja assim. Já não bastasse a “fama” que os brasileiros e as brasileiras têm na vida real, agora vem esse pessoal piorar as coisas, no mundo virtual. Muitas vezes, é claro, o estereótipo é infundado (veja aqui); noutras, é a pura verdade, infelizmente (e me lembro disso toda vez que, em viagem de carro, vejo um mal-educado jogando uma lata de qualquer coisa pela janela do automóvel). No fim de semana, eu conversava com um amigo que se formou numa boa universidade de São Paulo, vai se casar em breve e já está arrumando as malas para se mudar para o Canadá. Com uma população pequena, o país tem atraído estrangeiros para trabalhar lá, desde que essas pessoas estejam dispostas a estudar inglês ou francês e tenham certa formação acadêmica. O país “funciona” bem, os impostos são justos e praticamente não se ouve falar em corrupção. Chega a dar “inveja”, e revolta saber que, por falta de valorização aqui, nossos bons cérebros têm sido convidados a se retirar. Soube até que a Bombardier tem levado embora bons funcionários da Embraer. Quando este país vai acordar? Se depender dessas gangues de videogames, nunca.[MB
]

Testemunho - Eloíse na região central do Estado de São Paulo