segunda-feira, 2 de setembro de 2013

180º / Programa 50 - Benjamim Makowski Prado

Médium brasileiro atrai milhões de pessoas a Goiás

Dezoito horas de uma quarta-feira de agosto. Toca um iPhone. O dono atende no viva-voz, como de costume. Era a sua corretora. Três de seus apartamentos estão à venda em Brasília. Ela informa que, até então, não havia aparecido comprador. Uma das atuais inquilinas recusara o preço definido para o imóvel que habita. O proprietário diz que quer o local desocupado. A corretora adverte que a quebra de contrato implicaria multa. Ao ser questionada sobre o preço, a voz feminina esclarece: “Três vezes o valor do aluguel de 800 reais”. A orientação é dada em tom enérgico: “Pague a multa e tire a pessoa de lá.” Esse é João, o homem. Incorporado por uma entidade [sic], carrega Deus como sobrenome. O médium com poder de atrair gente do mundo inteiro para Abadiânia (GO), pequena cidade do Entorno do Distrito Federal, transita entre o espírito e a carne, a cura e a doença, o desprendimento e a vaidade, os gestos de generosidade e os negócios terrenos, os amores e os arroubos de cólera. É João de Deus, ou John of God, para milhões que já confiaram a ele os males do corpo e da alma, tratados, por vezes, com pinças, tesouras e facas de cozinha. Para poucos, é João Teixeira de Faria, seu nome verdadeiro.

Roberto Kalil, cardiologista da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula, admite dividir pacientes com o médium. “Não os encaminho, mas sei que tratamos de casos em comum. Sou católico e espiritualista, acredito que há algo maior”, diz Kalil. Ele é também o médico de João Teixeira de Faria, que sofreu obstruções na artéria do coração e teve de colocar seis stents para corrigir a enfermidade. [...] A mediunidade teria se manifestado aos nove anos, quando previu uma forte tempestade e a derrubada de casas em Itapaci (GO). No início, ele rejeitou o suposto dom. Sentia-se diferente, tinha medo. Aos 18, aceitou o que chama de missão.

Na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, a 117 quilômetros de Brasília, João fincou raízes a pedido do médium mineiro Chico Xavier (1910-2002). O goiano afirma receber 32 entidades com poderes e personalidades distintos. Por meio delas, ele promoveria curas. Nos três dias que passou na Casa, a equipe de reportagem de Veja Brasília ouviu o relato de dezenas de pessoas que creditam a João de Deus a superação de graves mazelas. O oncologista aposentado do Hospital de Base de Brasília Roger Queiroz conta que, às 10h45 de 5 de março de 1995, sofreu duas paradas cardíacas. Teria sido declarado morto. Às 15h06 do mesmo dia, recuperou o fôlego. “Vivi uma experiência pós-morte”, afirma. Embora estivesse internado em uma UTI da capital, garante que a recuperação se deve a João de Deus, que o teria salvado depois de um pedido desesperado da família. Setenta e duas horas depois do ocorrido, estava na Casa Dom Inácio de Loyola prestando seu depoimento. Até hoje, volta lá periodicamente para contar sua história.

Foi a partir de casos como esse que João despertou a curiosidade e se tornou a última esperança para muitos desenganados pelos médicos. A fama de suas curas se espalhou. Um australiano angustiado em viagem de turismo pela Guatemala soube de João de Deus por meio de um japonês. A repercussão do programa que a apresentadora de TV americana Oprah Winfrey fez em Abadiânia chegou ao Irã. Por indicação do ex-presidente Lula, o médium tratou de Hugo Chávez, então presidente da Venezuela, mas para este não houve jeito.

No último 31 de julho, João completou 72 anos. Entre os que o prestigiaram na data estavam o novo ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso - que teve câncer no esôfago -, o senador pelo DF Rodrigo Rollemberg (PSB) e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Em 2011, a apresentadora Xuxa esteve em Abadiânia. Há quinze dias, a atriz Giovanna Antonelli ficou hospedada na residência do médium. Ele era fã da “dona Helô”, delegada que Giovanna interpretou na novela Salve Jorge. “Um vem e conta para o outro. As pessoas gostam desse ambiente de paz”, afirma Rodrigo Grunfeld, personal stylist da Rede Globo e habitué da casa.

Assessores de João estimam de forma um tanto exagerada que, em 54 anos, 10 milhões de pessoas tenham visitado o médium. A procura pela Casa Dom Inácio de Loyola transformou a cidade que orbita em torno dele. Abadiânia tem 17 mil habitantes. Se comparado a Brasília no quesito renda per capita, o município goiano é oito vezes mais pobre. Com índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,689, fica atrás de 153 das 246 cidades goianas. [...]


Na semana passada, a Caixa Econômica Federal abriu sua primeira agência na cidade. Gerentes do banco foram pedir a presença do médium na inauguração. [...]

João diz que suas economias vêm do garimpo. Ele é dono de fazendas na região, apartamentos em Brasília, Goiânia, Anápolis e Abadiânia. “Fiz uma casa grande. Meu sonho era ter todos os filhos morando comigo”, diz. Registrados, ele tem onze, fruto do relacionamento com mulheres diferentes. Embora não vivam debaixo de seu teto, usufruem a riqueza que o pai acumulou. De dois em dois anos, ele troca a frota de carros da família. O dele é um Mohave Kia, avaliado em 170 mil reais. [...]

Certa vez, numa boate no Gilberto Salomão, em Brasília, tirou uma moça para dançar. “Ela não parava de me olhar”, lembra. Achava que não fora reconhecido e pediu uma dose de uísque com Coca-Cola. “A moça me repreendeu. Disse que eu era o João de Deus e não deveria beber”, conta, achando graça.

Quando está a serviço, assume o temperamento das entidades que diz incorporar. O “Dr. Augusto de Almeida” tem aparecido com frequência. Médico português do fim do século XIX, ele foi senador e reitor da Universidade de Lisboa. João é analfabeto funcional. Ao emprestar o corpo ao Dr. Augusto, segundo afirma, passa a ter o dom da cirurgia. [...]

Pendências confrontam João de Deus com a lei dos homens. Em 27 de agosto de 2008, o Ministério Público de Goiás denunciou João Teixeira de Faria por fraude sexual. Uma moça, na época com 16 anos, sofria de crises de pânico. Na denúncia, o MP descreve que, durante o atendimento, João teria pedido ao pai da menina, seu acompanhante na ocasião, para ficar de costas e com os olhos fechados. “Em seguida, (João) acariciou os seios, barriga, nádegas e virilha da menina”, descreve a ação. E ainda sustenta: “Não satisfeito, o denunciado segurou, por cima da roupa, a mão da vítima, movimentando-a para cima e para baixo sobre seu órgão genital, afirmando que através daquele tratamento seria curada.”

A juíza da comarca de Abadiânia, Rosângela Rodrigues Santos, considerou em sua sentença que não há como tipificar no episódio o crime de fraude sexual, previsto em quatro hipóteses: substituição de uma pessoa por outra, quando o agente simula celebração de casamento, má-fé em união por procuração e em caso de estado de sonolência da vítima. “Com efeito, a conduta do acusado, ao afastar-se dos princípios éticos e da caridade que norteiam os ensinamentos de Allan Kardec, foi imoral, mas não caracteriza a violação sexual mediante fraude, por ausência de suas principais elementares”, afirma a juíza na decisão a que Veja Brasília teve acesso. No documento, a magistrada diz ter convicção de que o ato foi praticado, mas considera que a moça, embora com síndrome do pânico, tinha condições de evitar o episódio, por exemplo, pedindo ajuda ao pai, que estava na sala. A menina chorava compulsivamente e teria ficado com nojo das mãos que pegaram em João. O responsável pela defesa do médium alega que não há provas para a condenação. João foi inocentado em 2010, mas o MP apelou. No último dia 8, o desembargador João Waldeck Félix de Sousa confirmou a decisão de primeira instância. Em outro episódio, a promotora Cristiane Marques de Souza arquivou, no ano passado, uma denúncia em que se acusava João pela morte de uma estrangeira. A mulher havia chegado a Abadiânia, uma cidade sem hospital e com apenas seis postos de saúde, já muito debilitada. [...]

Stacie Mythen [foto] é terapeuta bioenergética em Seattle, nos Estados Unidos. Numa semana de abril de 2010, três pessoas aleatórias falaram sobre o John of God para ela. Foi quando sentiu uma necessidade incontida de ver pessoalmente as curas milagrosas do médium. Stacie não tinha problemas de saúde. Sentia medo. Ainda assim, fez questão de ser submetida a uma cirurgia espiritual com corte. A entidade fez uma cisão no ombro direito até o osso. Ela relata não ter sofrido com dor. “É uma experiência tão profunda que eu só posso comparar ao parto natural”, diz. De volta aos EUA, todos diziam que estava diferente. Ela conta que se sentia mais livre para viver. Em dezembro de 2012, de novo, ouviu um chamado interior para voltar. Desta vez, a entidade teria pedido que ela virasse guia. Quando falou com a reportagem, Stacie liderava um grupo de treze americanos e já tinha outro agendado para dali a dois meses. [...]
  

Nota 1: Com tanto dinheiro e acusações pesando sobre João Teixeira de Faria, imagino o que a mídia faria se ele fosse um pastor evangélico... Note que a reportagem começa com a exaltação de João, trata de algumas coisas que deslustram o caráter dele (inclusive a acusação de assédio sexual) e termina mencionando alguns testemunhos, o que dá a impressão de que procuraram salvar a reputação do homem. Impressiona, também, ver como pessoas importantes de nosso país respeitam o médium e mesmo médicos renomados o recomendam. No início do século 20, quando o espiritismo era proibido em nosso país, quem poderia imaginar que no século 21 os espíritas gozariam de tanta respeitabilidade? Na verdade, aqueles que conheciam o conteúdo do livro O Grande Conflito, baseado nas profecias bíblicas e escrito há mais de cem anos, sabiam que o espiritismo seria um fenômeno capaz de encantar o mundo. E é exatamente isso o que estamos vendo em nossos dias. Para os que vão a busca de cura, não importa o fato de que o espiritismo é uma doutrina antibíblica e que os mortos nada podem fazer no mundo dos vivos (confira aqui), evidenciando que as tais entidades curadoras são qualquer coisa, menos “espíritos desencarnados”. Em seu tempo, o rebelde rei Saul foi buscar a ajuda de uma médium na escuridão de uma caverna (confira). Hoje, as multidões carentes acorrem a lugares como a Casa Dom Inácio de Loyola. Buscam a cura, mas será que encontram a verdade?[MB]

Nota 2: A revista Veja desta semana traz uma entrevista com o jogador de basquete Oscar Schmidt, acometido de um câncer no cérebro. Ele diz: "Faço um tratamento espírita. Sou católico, nunca havia pisado em um centro, mas sempre fui simpático a esse tipo de fé. É tudo de Deus, não é mesmo?" Não, Oscar, nem tudo o que aparentemente promove o bem vem de Deus. Infelizmente, as coisas não são tão simples assim. A Bíblia adverte que o inimigo de Deus também tem poder para realizar milagres e que se transfiguraria em anjo de luz para enganar as pessoas. A ânsia pela cura torna os seres humanos ainda mais vulneráveis ao engano. Esse relativismo religioso manifestado por Oscar (que recebeu uma bênção do papa quando de sua passagem pelo Brasil) é bastante arriscado, pois expõe as pessoas ao sobrenatural - não importando de que lado ele seja.[MB]

Monster High, crianças e a Bíblia

Especialistas em pedagogia e psicologia explicam que os brinquedos têm papel importante no desenvolvimento cognitivo de uma criança em diferentes idades e de diferentes maneiras. Há quem pense que os brinquedos passam indiferentes pelos pequenos, mas é um engano. Por isso, o tipo de brinquedo adotado por um menino ou menina vai influenciar seu comportamento. E isso me leva a pensar em que tipo de bonecas (para usar um exemplo apenas) está nas mãos e no imaginário das garotinhas hoje. Segundo reportagem da revista Exame, em publicação online do dia 17 de abril de 2013, a franquia da marca Monster High aumentou em 50% o portfólio de bonecas da linha trazidas ao Brasil no segundo semestre de 2012. De maneira geral, a divisão da qual a Monster High faz parte registrou crescimento global de 56% durante os três primeiros meses deste ano. Mas o que é Monster High e, o mais importante, que conceitos estão por trás dessa linha de bonecas?

É preciso frisar que não se trata apenas de uma linha de bonecas com vendas em franca ascensão. Monster High é uma franquia multiplatafórmica composta de brinquedos, DVD, série na web, vídeos de música, videogames, livros, acessórios de vestuário e muito mais. Ou seja, é uma série de estímulos audiovisuais que inevitavelmente vai levar avante um ou mais conceitos que influenciarão o desenvolvimento de crianças, especialmente meninas na faixa etária específica que se pretende alcançar com esses produtos.

Não vou comentar sobre questões como consumismo e sensualismo, que também estão presentes em muitos produtos voltados para crianças. Comentários dessa natureza exigiriam um artigo específico. Vou me deter no fato de que a marca Monster High, que aqui figura como um exemplo apenas (pois há mais do mesmo e muito ainda se produzirá), é caracterizada predominantemente por apresentar personagens inspirados em filmes de monstros e terror. São monstrinhos mesmo, zumbis do estilo mortos-vivos e há personagens que são boneco de Vodu e existe até uma espécie de menina vampira.

Com total respeito às diferentes crenças religiosas ou míticas que existem e aos que creem assim, o enfoque aqui é comparar os conceitos dos produtos com o que ensina a Bíblia Sagrada, livro essencial do cristianismo. Os zumbis são tradicionalmente conhecidos como criaturas fictícias relacionadas a mortos reanimados ou seres humanos que não são dotados de razão. A Bíblia ensina, tanto para crianças quanto para adultos, que as pessoas são mortais, ou seja, estão sujeitas à morte por causa do pecado (Romanos 6:23). Além disso, na morte não há consciência do mundo dos vivos (Eclesiastes 9:5,6 e outros textos) e a comparação mais clara da condição da morte foi a do sono, feita por Jesus (João 11: 11). É por isso mesmo que Deus disse ao povo de Israel que não se voltasse ou considerasse os que diziam consultar os mortos para saber algo neste mundo (Deuteronômio 18:11).

Sobre o personagem representado por um boneco de Vodu, é necessário ressaltar um aspecto antibíblico aí presente. Esse personagem não tem mente própria, o que contraria totalmente o preceito bíblico de seres humanos que conscientemente adoram a Deus (Romanos 12:1, 2 e outros textos) e cuja mente não pode ser controlada por outros.

E o conceito de vampiros e vampirismo? Certamente vai de encontro ao que está claro no Livro Sagrado do cristianismo. Vampirismo, em sua origem, é muito mais do que a lenda popularizada em filmes e livros, feitos para vender. Tem relação direta com indivíduos que supostamente se alimentam de sangue das pessoas e com crenças sobre mortos que atuam no mundo dos vivos e geralmente praticam ações ruins contra as pessoas. Ocultismo e misticismo são os ingredientes principais; dois aspectos que se chocam frontalmente com o preceito bíblico de exemplos aprovados por Deus de pessoas que fazem o bem ao próximo, não bebem sangue humano nem possuem uma vida encoberta por mistérios nem escuridão ou trevas. Como disse Cristo, no registro bíblico de João 3:21, “mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por intermédio de Deus”.

Esses aspectos, aqui apresentados, de maneira rápida e sucinta, são suficientes para se levar à reflexão sobre o tipo de influência que esse tipo de mensagem tem na mente de uma criança. Principalmente se essa criança receber ensinamentos cristãos que irão, em curto espaço de tempo, gerar um paradoxo em sua mente. Contradições que podem levá-la a dificuldades na tomada de decisões no futuro. Coerência é o caminho mais seguro. Ensino bíblico não coaduna com bruxaria, vodu, vampirismo, zumbis e tudo o que envolve produtos como Monster High. Parece brincadeira, mas não é.

(Felipe Lemos, Realidade em Foco)
( VISTO EM )http://www.criacionismo.com.br/

CONFISSÕES DE UM EX-NEOPENTECOSTAL



Ele gritava, pulava, dançava, forçava pessoas a “falar em línguas”! Ele conta como as músicas neopentecostais são falsas.



Cristão conta como foi enganado pelo movimento neopentecostal e foi um enganador de pessoas

Meteoro de San Luis Potosi, agosto 2013