segunda-feira, 21 de maio de 2012

Unanimidade no pano de fundo de problemas graves


Unanimidade no pano de fundo de problemas graves

Foto: EPA

Os líderes mundiais demonstraram unanimidade em relação a todas as questões, assim resumiu o resultado da Cimeira do G8 em Camp David o primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev.

Respondendo à Voz da Rússia em conferência de imprensa final, Dmitri Medvedev declarou:
"Esta é para mim a quinta cimeira e considero que foi a mais substancial, tanto pelos argumentos e o nível de discussões, como pelo interesse e o envolvimento das partes. Pela quantidade de contradições que sempre existem entre algumas delegações, entre alguns líderes, esta foi talvez uma cimeira com o número mínimo de problemas."
As posições das partes coincidiram em relação à Síria, ao Irã e à Coreia do Norte. O G8, em particular, destacou unanimemente que o Governo sírio e todas as partes envolvidas no conflito devem cumprir imediata e plenamente os seus compromissos no quadro do Plano do enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan. A delegação russa assinalou ao mesmo tempo que a Declaração sobre a Síria corresponde à posição ocupada sempre por Moscou.
Os líderes mundiais foram também unânimes ao declarar que o Irã não deve ter armas nucleares. O problema não consiste apenas em métodos que podem não admitir que o Irã seja uma potência nuclear, apontou neste contexto o representante especial do presidente da FR para África, Mikhail Marguelov.
Outro resultado importante da cimeira foi o acordo sobre a formação de um fundo especial de ajuda aos países árabes pelos quais rolou uma onda de revoluções. O seu capital inicial constituirá 250 milões de dólares. Ao mesmo tempo, a constituição do fundo não será impedida pelo fato de os líderes mundiais continuarem a interpretar diferentemente as consequências sociais e políticas das revoluções árabes.
Na opinião de Dmitry Danilov, perito do Instituto da Europa, na cimeira são marcados os vetores em que os líderes irão ou não irão entender-se:
"Se veremos o pano de fundo em que decorreu a cimeira, será evidente que na realidade uma incerteza carateriza a situação atual tanto na Europa, como nos assuntos internacionais. Paralelamente, decorreu uma cimeira da OTAN: não se sabe o que será com o Afeganistão, não está claro como irão desenvolver-se as relações entre a Rússia e os Estados Unidos. Nesta situação, a cimeira do G8 foi um fórum que permite manter uma plataforma para a futura interação."
Habitualmente, o G8 destaca menos atenção aos problemas económicos. Esta é uma prerrogativa do G20. Entretanto, a situação na Grécia é tal que foi impossível ignorá-la. A preocupação dos líderes foi ligada em primeiro lugar à Grécia. A respetiva posição em relação ao país foi incluída no comunicado final.
Os líderes mundiais manifestaram-se contra a saída da Grécia da eurozona. No quadro das discussões foram referidos montantes para ajudar a resolver a crise europeia da dívida iguais aos meios investidos no restabelecimento da Europa após a Segunda Guerra Mundial – cerca de 12,4 mil milhões de dólares.
Em geral, o G8 refletiu a firmeza dos líderes mundiais de continuar a buscar soluções conjuntas das situações críticas – tanto na política, como na economia.